Energias Renováveis – Será a solução para a Crise Hídrica?

Não é novidade para ninguém que vivenciamos uma grande crise hídrica, provocando diretamente uma grande crise energética uma vez que dentro de nossa matriz energética, 62% da geração de Energia vem das Hidrelétricas (CGH + PCH + UHE) e que isso tem impactos direto no custo da energia elétrica para TODOS. Esta crise, muitos acreditam (inclusive eu) que seja creditada pelas mudanças climáticas que o mundo está enfrentado, porém, neste momento, não adianta ficar procurando culpados, pois isto não resolve o problema. Precisamos achar alguma solução mais imediata e também de longo prazo.

Não é novidade para ninguém que já vivenciamos uma grande crise hídrica, e com toda a certeza não será a última, provocando diretamente uma grande crise energética uma vez que dentro de nossa matriz energética, 62% da geração de  Energia vem das Hidrelétricas (CGH  + PCH  + UHE) e que isso tem impactos direto no custo da energia elétrica para TODOS, principalmente para os setores produtivos industriais (aproximadamente entre 15 a 20% dos custos de produção), comerciais e da agricultura.

O avanço na matriz elétrica em 2023 chegou a 8.412,1 megawatts (MW) até 30 de novembro, ultrapassando em 11 meses o crescimento de 8.235,1 MW obtido em 2022 – e que era, até o momento, a segunda maior marca registrada desde 1997, ano de fundação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). As usinas eólicas e solares centralizadas responderam por 90,4% desse avanço, com a entrada em operação de 7.608,4 MW em 2023 (fonte: agência gov).

Obs. Ver legenda, glossário, referências de dados e #ficaadica ao final do texto.

Esta crise, muitos acreditam (inclusive eu) que seja creditada pelas mudanças climáticas que o mundo está enfrentado, porém, neste momento, não adianta ficar procurando culpados, pois isto não resolve o problema. Precisamos achar alguma solução mais imediata e também de longo prazo.

O que, exatamente, esta crise Hídrica provoca? Como pode ser minimizada?

O sistema elétrico pressupõe que o produto (energia) seja produzido e consumido instantaneamente, ou seja, a energia que chega para acender a lâmpada na sua casa, a máquina de sua indústria, ou o Freezer de seu Supermercado, foi produzida exatamente neste momento de uso (consumo) em alguma usina do SIN (Sistema Interligado Nacional) e seus Submercados.

Esta crise que estamos enfrentando mostra-nos a necessidade de ficarmos menos dependentes das Hidrelétricas e das usinas Térmicas que também, motivados pelas mudanças climáticas, invistamos mais em Energias Renováveis e de pouco impacto no meio ambiente (as Hidrelétricas também são renováveis, mas com maior impacto no meio ambiente). Entre estas Energias renováveis podemos destacar as Eólicas (EOL), as Solares (UFV) e Biogás (UTE).

Então basta investirmos em muitas usinas através das Energias Renováveis?

NÃO é bem assim… explico…

Isso deve-se a uma razão fundamental: as hidrelétricas conferem elevada flexibilidade para a operação do sistema. Num contexto de grande expansão das fontes eólica e solar, que são definidas como Intermitentes (nem sempre estão gerando) e não despacháveis (se houver aumento de carga repentino as renováveis podem não estar disponíveis) estas fontes de energia podem não estar gerando energia nos horários mais críticos de consumo.

Em outras palavras, as hidrelétricas podem, dentro de certos  limites,  aumentar  ou  diminuir  sua  geração  para  ajudar  a  compensar  a  variação  das  outras  fontes  renováveis, permitindo utilizar mais eficientemente os recursos renováveis disponíveis e reduzindo a necessidade de acionamento das termelétricas fósseis (que são turbinas que são acionadas por algum derivado do Petróleo (Gás, Diesel, etc.) e por isso, bem poluentes.

Quem deve adotar medidas que causem menor impacto ao Meio-ambiente?

TODOS! Sim todos, pois quando economizamos conscientemente a energia em nossas casas, já estamos ajudando a gerar (demandar) menos energia do sistema nacional. Porém os maiores consumidores de Energia não são as residências, mas sim o Comércio, Indústria e Agronegócios (setores produtivos). Mas, para termos as coisas para usufruir na vida, precisamos deles.

Sendo dependentes dos setores produtivos, como eles podem adotar medidas de menor impacto?

Aqui vão algumas valiosas dicas:

Usar menos energia para produzir o mesmo ou até aumento de produção com menos energia. Como assim??? Aqui falamos de Eficiência Energética bem ampla englobando toda a empresa e seus processos.

  • Comércio: Iluminação, elevadores, escadas rolantes, aparelhos de ar-condicionado, Geladeiras, freezers, análise das faturas (evitar multas e energias reativa, etc.), automação, etc.
  • Indústrias: Além de alguns itens acima mencionados, ainda podemos destacar equipamentos e maquinários por vezes antigos e de baixo rendimento, processos, automação, análise de consumo energético setorizado, gestão de faturas, etc.
  • Agricultura: Sistemas de irrigação antigos de alto consumo, automação dos sistemas de irrigação, Sazonalidade tarifária, etc.

Obs. Nestas dicas me refiro apenas ao consumo energético, mas evidentemente existem muitas outras ideias que passam por novas tecnologias (elétricas ou não), como por exemplo reuso de água, melhores planejamentos uso de Inteligência Artificial, etc.

O que pode acontecer no futuro se não adotarmos medidas para minimizar esta crise?

Acredito ser desnecessário responder esta questão. Ela já está sendo respondida no dia a dia, basta ficar atentos aos sinais que percebemos em nós e em nossas famílias e na geração futura.

Os investimentos em Eficiência Energética e Energias Renováveis (Solar, mais viável inicialmente em sistemas menores). Geração Distribuída (GD) são ações possíveis e localizadas (próximo à carga) que promovem os custos evitados de geração centralizada (longe dos centros consumidores) consequentemente as perdas elétricas ao longo das redes de transmissão e distribuição e a postergação de investimentos em novas usinas e em linhas de transmissão e distribuição, e principalmente a diminuição dos impactos ambientais decorrentes da construção dos grandes empreendimentos centralizados que podem não serem cada vez menos necessários.

E agora? O que eu posso fazer para ser um protagonista deste desafio que todos enfrentamos?

Uma das maiores vantagens da energia renovável, se comparada com os combustíveis fósseis, é que ela pode ser considerada inesgotável, além do seu menor impacto ambiental, já que não produz dióxido de carbono ou outros gases prejudiciais para o efeito estufa. Outro ponto importante, é o fato de não causar um risco, como é o caso da nuclear, por exemplo. Além de ajudar a economia ao gerar vários empregos.

Os combustíveis fósseis não estão disponíveis geograficamente de forma igualitária, por isso, para muitos países, é preciso importar. E isso não acontece com a energia renovável (pós instalação), o que disponibiliza autonomia energética ao país e um ganho dos setores produtivos  internos.

Existem algumas formas de ser um protagonista deste momento do planeta:

  • Caminhar só, contratando ou deslocando um funcionário para pesquisar e conhecer a fundo tudo o que pode ser implementado em seu negócio, ou
  • Contratar uma empresa que já conheça do tema que possa auxiliar através de uma consultoria de como está sua empresa nas questões energéticas, para onde quer ir e os ganhos associados a isto e como chegar lá para ter os resultados esperados, tanto os econômico-financeiros e de Sustentabilidade.

Legenda:

Fontes Hidráulicas:

UHE  –  Usina  Hidrelétrica de  Energia – Grande Porte;

CGH  –  Central  Geradora  Hidrelétrica – Pequeno Porte;

PCH  –  Pequena  Central  Hidrelétrica – Pequeno Porte;

As fontes renováveis não-hidráulicas (biomassa da cana, centrais eólicas e resíduos urbanos):

CGU  –  Central  Geradora  Undi-Elétrica – Energia que vem das ondas do mar. Explicação: A Usina de Ondas traz como principal inovação a construção em módulos, o que permite a ampliação da capacidade;

EOL  – Central  Geradora  Eolielétrica;

UFV  –  Central  Geradora  Solar Fotovoltaica;

Geração  termelétrica  convencional

UTE  –  Usina Termelétrica de  Energia – nuclear,  gás  natural  e  carvão  mineral;

UTN  –  Usina Termonuclear

Matriz Elétrica Brasileira 2019 (BEN, 2020) – https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica

Glossário deste texto:

PCHs  são  instalações  que  resultam em menores  impactos ambientais  e  se prestam  à  geração  e  administração  descentralizada.  Este  tipo  de  hidrelétrica  é utilizado  principalmente  em  rios  de  pequeno  e  médio  porte  que  possuam  desníveis significativos durante seu percurso, gerando potência hidráulica suficiente para movimentar as turbinas.

As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), empreendimentos hidrelétricos de pequeno porte, geram sua energia a partir da água (fonte renovável) e possuem baixo custo operacional.

Seus benefícios socioambientais são inúmeros. Seus reservatórios possuem pequenas áreas alagadas, estão localizados próximos a centros consumidores de energia, movimentam a economia das cidades, protegem matas ciliares, promovem a limpeza dos rios, o desenvolvimento econômico e a geração de emprego do país. Adicionalmente, esses pequenos empreendimentos ainda contribuem com a estratégia de redução de emissões proposta na Política Nacional de Mudança do Clima (PNMC), uma vez que apresentam baixa emissão de gases de efeito estufa.

Referência de dados:

#fica a dica:

http://www.labtime.ufg.br/modulos/aneel/index.html

Por que AEON Energia? | Website

Pedro José Domingues: Engenheiro Eletrônico formado pela FEI em 1986. Pós-graduado em Gestão de TI / Negócios pelo IBTA. Pós-Graduação Latu Senso (em curso) em Empreendedorismo e Inovação Tecnológica nas Engenharias pela UNIVESP/CREA, formação em Marketing pela ESPM e Eficiência Energética pelo SENAI. Formação em Negócios Sustentáveis e ODS (Agenda 2030). Experiência de 35 anos como projetista e arquiteto de soluções de negócios em TI (pré-venda) - End User, Infraestrutura e Green Data Center. Experiência com gestão do ciclo de vida de produtos (atuando como Product Owner) e nos últimos anos servindo como consultor em Gestão de Energia, Eficiência Energética e Energias Renováveis, com foco em Solar e suas Regulações e Normativas (ANEEL).

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário

*

Seja o primeiro a comentar!